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A Menina e a Onça: Vozes Ancestrais Indígenas

A menina e a onça: vozes ancestrais indígenas revela um percurso de um encontro com um chamado para uma existência mais espiritual e ao mesmo tempo, corporal. O livro é uma narrativa mítica, de autoconhecimento, de uma experiência que vai se dando por uma voz ou muitas vozes de ancestrais indígenas, da alma que busca encontrar um sentido. O caminho narrado foi iniciado nas aldeias guarani do Rio Grande do Sul, num longo tempo de pesquisa e passa a ser interiorizado numa perspectiva mitológica e imagética. Os personagens vão tornando-se vivos com uma potência de alterar o pensamento da autora. Além da escrita, as imagens brotam de realidades poéticas e espirituais, revelando uma transposição de fronteiras arquetípicas, nas quais a onça vai guiando a menina nesses territórios tão temidos e tão desejados pelo ser humano: o lugar do não humano.

Valor: R$60,00

Cartas a Afrodite: a mulher em busca de Eros

Afrodite foi inspirando a narrativa desta escrita... A imagem da água que emerge nas cartas vai percorrendo o diálogo arquetípico com Afrodite, numa consonância com a origem da deusa, a qual surgiu da espuma do mar fecundado pelos genitais de Urano. Um aspecto que ressalto de Afrodite, além do símbolo da beleza e do amor, é a fidelidade que esta tem consigo mesma e a entrega à sua natureza do corpo e do espírito na jornada do amor, assumindo o protagonismo da sua existência. As imagens das cartas são movimentos psíquicos de uma compreensão que existe algo maior, como Eros, que junta o que é contraditório, como o amor e o ódio, a água e o fogo, a aterra e o ar, pois sendo o fundador do universo impulsiona uma busca maior, num estar entre os estados de destruição e criação. As cartas falam de um momento que a psique reclama de uma falta de autenticidade e clama pela individuação, por um centro, por luz, por imagens que curam, palavras, pinturas, escritas que nos conectam com as emoções, com os conflitos e com as possibilidades de ultrapassá-los, imaginando novos sentidos para a nossa existência, tanto a passada quanto a presente que atravessa nosso vivido. São momentos emocionalmente turbulentos, de desespero, de solidão, de separação. É um encontro com o arquétipo de Afrodite, símbolo do amor, da espiritualidade e da beleza numa escuta profunda com as vozes ancestrais femininas, como um diálogo interno em dimensões múltiplas do ser.

Valor: R$35,00

Livros em Colaboração

Re-Imaginando um Lugar de Escuta

Este livro nasceu da necessidade que sentimos de discutir temas tão urgentes - e emergentes - que povoam nossas clínicas nos dias de hoje. Como escutar essas questões?


Somos seres políticos, a psique é política, logo o diálogo com a pólis e suas questões não pode mais ficar para fora de nossos consultórios. Tendo isso como premissa, nasceu, no primeiro semestre de 2021, o curso realizado pelo Coletivo Aisthesis em parceria com o Ijusp – Instituto Junguiano de São Paulo, intitulado “Re-Imaginando um Lugar de Escuta: A Pluralidade da Clínica Contemporânea e os Complexos Culturais”. O Curso reuniu muitos dos temas que vínhamos nos debruçando, bem como uma comunidade pulsante de amigos, colegas, profissionais de diversas áreas, tanto no corpo docente, quanto no público ouvinte/debatedor, que vieram somar conhecimentos e experiências. O curso resultou nesse livro que agora chega até você!

Educação Ameríndia : a dança e a escola Guarani

Autoras: Ana Luisa Teixeira de Menezes

Maria Aparecida Bergamaschi

Dança e memória identitária de uma cultura se combina com escola em espaços e tempos diferenciados da instituição que se refaz no cotidiano dos índios Guarani, e são neste livro, analisados. Os conhecimentos geracionalmente repassados reforçam uma cultura que se vê exposta aos valores repassados pela mídia, pelas negociações com o poder público. A obra divide-se em 5 capítulos: o primeiro apresenta a postura metodológica adotada na realização da pesquisa. Em seguida, a obra apresenta a cosmologia guarani. No capítulo três, uma descrição de acontecimentos e reflexões sobre a educação infantil no contexto xamânico. No quarto capítulo, a escola e a dança são desenvolvidas como processos de recriação, onde eles se apropriam e assumem o papel de atores sociais. No último capítulo, uma reflexão em torno dos sentidos do querer e não querer a escola Guarani, e o o desafio da construção de uma escola indígena diferenciada.

Valor: R$35,00

Aprendizagens interculturais.pdf

Aprendizagens interculturais na Educação e na Psicologia

Autoras: Ana Luisa Teixeira de Menezes

Maria Aparecida Bergamaschi

Comemoro com muita alegria a publicação deste livro que apresenta a singularidade dos percursos do grupo de pesquisa PEABIRU: educação ameríndia e interculturalidade. Uma alegria participar de sua gestação, ora mais envolvida, ora mais distanciada, mas sempre presente nas entrelinhas de um projeto formativo de pesquisa em Educação. Uma imensa alegria acompanhar a vivacidade de graduandos e pós-graduandos em Educação e em Psicologia ao interrogarem nas suas escritas as infâncias, as ações interculturais com os indígenas, a escrita colaborativa e a invisibilidade da dimensão sensível na pesquisa educacional. São escritas corporificadas pelo compasso de um pensamento que quer respirar no irrespirável dos dias que nos cabem viver, aquele que sempre faz emergir o tempo como vida compartilhada, como produção de existência a ser empreendida de modo compartilhado, como ação conjunta no tempo. Muitos foram os caminhos para chegar até aqui, muitas foram as conversas, os estudos, as pausas que permitiram tecer o tempo de feitura deste livro e nele poder enunciar palavras que firmam não só ideias e escritas colaborativas, mas fundamentalmente outra concepção formativa de pesquisa em Educação. Outra concepção que, tão audaciosa quanto corajosa, emerge na contramão de tudo o que aí está posto como “inovação” em educação porque emerge da escuta à herança radical da palavra indígena. Uma partilha de vozes, de gestos, de silêncios prenhes de sentidos que nos situam sendo-uns-com-os-outros na coexis- tência mundana. Uma escuta que nos coloca diante da desaceleração do tempo como sensibilização aos detalhes, como atenção estésica para as qualidades da vida e seus mistérios.

A arte e a vivência na psicologia comunitária e na educação

Autoras: Ana Luisa Teixeira de Menezes

Ana Maria Melo de Pinho

Ana Luísa e Ana Maria nos convidam a realizar um giro epistemológico para compreender a arte e a vivência como categorias chaves para a intervenção em grupos populares. Trazendo contribuições significativas para a construção do arcabouço teórico-metodológico da Psicologia Comunitária e da Educação Popular, as autoras partem de interrogantes fundamentais tais como: em que medida a arte e a vivência se vinculam com a facilitação do processo humano de desenvolvimento e libertação? Como essas categorias se articulam para a construção e efetivação de uma práxis libertadora dos indivíduos e sociedades, num contexto de pobreza e opressão?

Morte e renascimento da ancestralidade indígena na alma

Este livro traz a exposição dos trabalhos sobre a alma brasileira apresentados no último congresso promovido pela Associação Junguiana do Brasil, em Bento Gonçalves/RS. Diversos especialistas falam aqui sobre a espiritualidade indígena do Brasil e o quanto a alma ancestral foi golpeada. Esta obra apresenta um roteiro temático do que aflige, do que enobrece, do que é possível, do que se passou, de como se pode pensar, de quão erroneamente já se pensou. O objetivo é tornar possível a utopia de manter intacta, digna, pulsante e criativa essa essência ancestral de nossa alma.

O insaciável espírito da época: Ensaios de psicologia analítica e política

A psicologia junguiana em todo o mundo tomou um rumo político fascinante e importante. Muitos cidadãos, alarmados por muitos aspectos do mundo que herdaram, buscam pensadores da psicologia para obterem insights e ideias sobre as crises políticas do nosso tempo. Este livro é uma excelente vitrine de tais escritos. Jung nos lembra da necessidade de casar ‘o espírito da época’ com ‘o espírito das profundezas’. Esses junguianos brasileiros fazem exatamente isso.

Bem-estar e Saúde Comunitária: Teoria, Metodologia e Práticas Transformadoras

O presente livro inscreve-se dentro de um contexto de mudanças políticas e sociais que afetam diferentes países do mundo e, inclusive, o Brasil, por meio da implementação de políticas de austeridade. Políticas estas que não contribuem para a diminuição das desigualdades sociais e de saúde que tanto atingem o nosso país. Nesse sentido, esta obra faz uma aposta ao pensar em estratégias de promoção e prevenção no contexto da saúde comunitária, compreendendo a comunidade como um espaço potente de resistência e de construção de projetos coletivos e pensando em uma produção acadêmica que se aproxima das necessidades das pessoas, considerando suas especificidades e os diferentes contextos nos quais estão inseridas. Além de apostar na potência dos encontros para a construção de novos projetos de saúde, desde a perspectiva psicossocial. Bem-estar e saúde comunitária: teoria, metodologia e práticas transformadoras traz contribuições que propiciam pensar diferentes espaços e possibilidades de intervenção na área da Saúde Comunitária. Ademais, apresenta diferentes abordagens metodológicas que podem ser utilizadas para pensar a pesquisa e intervenção na área. Esta obra é fruto das atividades realizadas pelo Grupo de Trabalho (GT) de Saúde Comunitária da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), formado desde 2009, com pesquisadores de diferentes partes do país e também de outros países da América Latina.

Experiências Anômalas na Perspectiva da Psicologia Complexa de C. G. Jung

Atualmente, inúmeras pesquisas e trabalhos tem surgido em relação às experiências anômalas. São experiências incomuns ou que, embora vivenciada por uma quantidade considerável da população acredita-se que se desviem das explicações da realidade que são comumente aceitas. São experiências que mesmo únicas e transitórias têm grande impacto sobre aqueles que vivenciaram, pois muitas dessas provocam mudanças de valores. Uma das dificuldades encontradas no estudo das experiências anômalas são estabelecer categorias válidas para o estudo dos fenômenos.

Esse livro é o esforço em buscar integrar os estudos das pesquisas dentro de um referencial genuinamente junguiano e com isso estabelecer um diálogo com o corpus mais amplo da Psicologia.

Psychosocial Implications of Poverty: Diversities and Resistances

Este livro apresenta uma compreensão multidimensional, psicossocial e crítica da pobreza ao reunir estudos realizados com grupos em diferentes contextos e situações de privação no Brasil, México, Paraguai, Nicarágua e Espanha. O livro está dividido em duas partes. A primeira parte apresenta estudos que desvelam as implicações psicossociais da pobreza ao revelar os processos de dominação baseados na estigmatização e criminalização dos pobres, que contribuem para manter realidades de desigualdade social. A segunda parte apresenta estudos voltados para estratégias de combate à pobreza e formas de resistência desenvolvidas por indivíduos que se encontram em situação de marginalização.

Os estudos apresentados neste volume de contribuição partem do referencial teórico desenvolvido pela Psicologia Social Crítica, Psicologia Comunitária e Psicologia da Libertação, buscando compreender a pobreza para além de sua dimensão monetária, trazendo para a análise fatores sociais, culturais, estruturais e subjetivos. A ciência psicológica em geral não tem produzido conhecimentos específicos sobre a pobreza como resultado das relações de dominação produzidas pelas desigualdades sociais fomentadas pelo sistema capitalista. Este livro busca preencher essa lacuna apresentando uma perspectiva psicossocial com bases psicológicas e sociológicas alinhadas de forma dialética para compreender e enfrentar a pobreza.

Implicações Psicossociais da Pobreza

A organização de um livro que aborde as “Implicações Psicossociais da Pobreza: Diversidades e resistências” sempre foi um desafio para nós. Isto se deve ao fato de reconhecermos a importância de falar de pobreza a partir da Psicologia e de outras áreas, entender os aspectos subjetivos desse problema, reunir trabalhos de diferentes lugares dentro e fora do Brasil, além da urgência em discutir essa temática no contexto atual do Brasil, diante do retrocesso político em que vivemos. Fazer ciência comprometida com a superação das desigualdades sociais sempre foi uma luta assumida por nós, assim como acreditamos que é o que une todos e todas os/as participantes deste livro. Este livro nasce de uma longa caminhada do Núcleo de Psicologia Comunitária (NUCOM) da UFC, na busca por sistematizar, desenvolver e praticar uma Psicologia Comunitária que realmente se comprometa com a construção de caminhos que visem ao enfrentamento das situações de opressões, discriminações e marginalizações em que vivem as pessoas em situação de pobreza. Falávamos muito de pobreza e vivenciamos essa situação nas comunidades urbanas e rurais do Ceará, mas não aprofundávamos o foco na multidimensionalidade do problema da pobreza, na sua naturalização e na culpabilização do pobre por sua situação.

Perspectiva psicossocial na saúde comunitária

O presente livro parte da preocupação de um conjunto de profissionais e acadêmicos reunidos em torno a um Grupo de Trabalho da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Psicologia (ANPEPP) que surgiu em 2009 com base na trajetória da Psicologia Comunitária, e que tinha a especificidade de aplicar seus conhecimentos dentro de um contexto de saúde básica e do desenvolvimento comunitário com ênfase na promoção e fortalecimento da comunidade.Esse grupo está formado por docentes universitários de programas de pós-graduação de diferentes estados do Brasil e do exterior (Argentina, Chile e Cuba). Nos encontros e simpósios foi construindo sua própria identidade e reunindo conhecimentos e práticas sobre a Saúde Comunitária, sempre tendo como foco os saberes de diferentes disciplinas que assumiam as comunidades como protagonistas de sua própria saúde. Uma das disciplinas centrais que têm guiado essa caminhada tem sido a Psicologia Comunitária, que teve historicamente forte influência neste grupo, com diferentes abordagens desde uma perspectiva crítica, ecológico-contextual e da psicologia da saúde, o que configura uma série de elementos conceptuais, metodológicos e técnicos que nos auxiliam para a intervenção comunitária. A riqueza de conhecimentos e abordagens que este livro apresenta tem um denominador comum que é a Saúde Comunitária.

Psicologia comunitária

O livro se propõe a ajudar na formação do psicólogo comunitário no estudo, na pesquisa e na prática do atendimento institucional tanto nas disciplinas de graduação quanto na pós-graduação na área de psicologia. A obra apresenta alguns eixos teóricos que servem de base para a atuação do psicólogo comunitário e também experiências de pesquisas e intervenções em psicologia comunitária, que podem subsidiar a atuação crítica de tal profissional e fornecer uma visão ampla das possibilidade de atuação em várias comunidades.

Psicologia e Contextos Rurais

Enquanto algumas disciplinas das ciências sociais, a exemplo da Sociologia e Antropologia, vêm contribuindo significativamente para pensar processos sociais e culturais no meio rural brasileiro, a Psicologia ainda não efetivou sua entrada nesse debate. Sua tradição de ciência e profissão eminentemente urbana gerou um vazio de reflexões e de aproximações sobre importantes agentes da sociedade brasileira que produzem sua existência em relação - seja de

integração, de conflito e contradições, de aproximações e paradoxos - com a terra e com o campo brasileiro.

Desse modo, o presente livro, inédito na área, vem contribuir para gerar reflexões, compartilhar pesquisas e experiências profissionais desenvolvidas com diversos atores sociais que vivem e trabalham no campo, que têm uma importante relação com a terra tanto em termos da elaboração de sua história, de construção de laços identitários e de produção de suas subjetividades quanto de engajamento em lutas sociais que visam alterar o jogo de forças políticas que, historicamente, excluiu grande parcela da população do campo do direito de viver de modo digno, de fazer da terra e do campo seu lugar de vida, de trabalho e de exercício de cidadania.

Transcendendo Fronteiras

As primeiras ideias do livro foram geradas, de forma coletiva, ao som dos vínculos afetivos que foram constituindo-se ao longo dos caminhos, das viagens, das escritas, dos debates, dos infindáveis encontros que o Fórum de Extensão e Ação Comunitária das Instituições de Ensino Superior Comunitárias - FOREXT foi ousando tecer na trajetória acadêmica da extensão. À esse percurso uniram-se o desejo de tantos sujeitos que lutaram e que ainda tem esperança no projeto de extensão, de educação e de compromisso das Instituições Comunitárias de Ensino Superior - ICES. A extensão universitária, no processo indissociável com o ensino e a pesquisa, constitui-se num projeto de construção do conhecimento, de ensino-aprendizagem e de compromisso social, caracterizando uma vinculação com a sociedade e potencializando um percurso que transcende fronteiras. Tal reflexão convoca-nos a refletir sobre temáticas e pressupostos que a extensão vem construindo, ao longo do tempo, tais como ação comunitária, vivência, inteligência, espiritualidade, complexidade, biocentricidade, afetividade, diálogo, solidariedade, consciência, cidadania, inclusão social, aspectos que se somam ao conhecimento epistemológico e científico. Nesse universo paradoxal encontra-se a universidade, que diante desse campo, tem o desafio de ampliar as fronteiras do conhecimento, da ciência, e da interculturalidade, e por outro lado, acolher os grupos sociais, as realidades regionais e os fenômenos locais. Portanto, esse livro é fruto do anseio de construir, de partilhar e de transcender.

Mudanças na Formação em Saúde

O VER-SUS/Extensão da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC está de parabéns por contribuir de modo efetivo com saberes, práticas e vivências para uma maior integração entre Universidade, Sistema Único de Saúde e Comunidades.

Considero que hoje o maior desafio do SUS é das universidades, tanto na graduação como na pós-graduação, é a criação de um Sistema Municipal Saúde-Escola, como o que se tenta construir aqui em Fortaleza, a partir da proposta do Prof. Dr. Odorico Monteiro. Para isso, a rede municipal de saúde tem a sua responsabilidade, bem como as universidades locais e os movimentos populares / comunitários.

Ver um projeto como esse, o VER-SUS/Extensão — vivência em educação popular no SUS na Universidade de Santa Cruz do Sul - é seguir afirmando que estamos dando passos importantes no âmbito da saúde pública, da saúde coletiva, para o fortalecimento da rede de saúde ou, teia de vida, o exercício sistemático da interdisciplinaridade desde a graduação e a formação do profissional de saúde, a partir de saberes, práticas e vivências no lugar onde se faz verdadeiramente a atenção básica - a comunidade / território. Estamos dando passos importantes no rumo da saúde comunitária na perspectiva da práxis libertadora.

Os Jardins da Psicologia Comunitária

Nesse processo de formação do conhecimento é preciso falar das quatro fontes inspiradoras da abordagem da Escola do Ceará, pois a psicologia comunitária não se desenvolveu aqui de uma postura solipsista e autossuficiente. Ao contrário, este desenvolvimento só foi possível mediante o contato com outras disciplinas e o estudo sobre outros paradigmas, que vieram a influenciar sobremaneira o modelo teórico da psicologia comunitária. Dentre as muitas experiências de diálogo epistemológico construídas, é preciso salientar pelo menos quatro interlocutores, que funcionaram como bases para a emergência e a consolidação desta forma de fazer psicologia. A educação popular, a psicologia social crítica, o materialismo histórico e dialético e a biodança apareceram, portanto, para o delineamento dos principais pressupostos desta abordagem. Estes constructos teóricos funcionaram como background para a organização do método e das principais categorias utilizadas hoje pelos psicólogos em campo. Evidentemente, a teoria não se construiu como uma forma eclética das quatro fontes, mas na síntese dialética dos seus estudos, e no confronto destes estudos com a intervenção prática na vida dos moradores das comunidades.